Transbordo

Luh Oliveira 25/09/09 19:51h 

 quero morrer poesia 
ter o direito de me reinventar
 todos os dias 
deixar de ser eu 
sendo todas as faces 
que me aprisionam 

 quero poder ser insana 
falar coisas sem nexo 
ser meu próprio sexo, desconexo 
prazer de coisa alguma 

 quero criar meu próprio deus 
adentrar minhas sagradas capelas 
redigir escritos 
pedir exílio 
ser ateu, prometeu 
desvairada profeta 

 quero modelar meu corpo
 no negro barro 
que esconde minha face 
e me invade 
e transcende 
tudo que em mim 
já não cabe mais.

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